Se você Ama

Se você ama, diga que ama. Não tem essa de não precisar dizer porque o outro já sabe. Se sabe, maravilha… mas esse é um conhecimento que nunca está concluído. Pede inúmeras e ternas atualizações. Economizar amor é avareza. Coisa de quem funciona na frequência da escassez. De quem tem medo de gastar sentimento e lhe faltar depois. É terrível viver contando moedinhas de afeto. Há amor suficiente no universo. Pra todo mundo. Não perdemos quando damos: ganhamos junto. Quanto mais a gente faz o amor circular, mas amor a gente tem. Não é lorota. Basta sentir nas interações do dia-a-dia, esse nosso caderno de exercícios.
Se você ama, diga que ama. A gente pode sentir que é amado, mas sempre gosta de ouvir e ouvir e ouvir. É música de qualidade. Tão melodiosa, que muitas vezes, mesmo sem conseguir externar, sentimos uma vontade imensa de pedir: diz de novo? Dizer não dói, não arranca pedaço, requer poucas palavras e pode caber no intervalo entre uma inspiração e outra, sem brecha para se encontrar esconderijo na justificativa de falta de tempo. Sim, dizer, em alguns casos, pode exigir entendimentos prévios com o orgulho, com a bobagem do só-digo-se-o-outro-disser, com a coragem de dissolver uma camada e outra dessas defesas que a gente cria ao longo do caminho e quando percebe mais parecem uma muralha. Essas coisas que, no fim das contas, só servem para nos afastar da vida. De nós mesmos. Do amor.
Se você ama, diga que ama. Diga o seu conforto por saber que aquela vida e a sua vida se olham amorosamente e têm um lugar de encontro. Diga a sua gratidão. O seu contentamento. A festa que acontece em você toda vez que lembra que o outro existe. E se for muito difícil dizer com palavras, diga de outras maneiras que também possam ser ouvidas. Prepare surpresas. Borde delicadezas no tecido às vezes áspero das horas. Reinaugure gestos de companheirismo. Mas não deixe para depois. Depois é um tempo sempre duvidoso. Depois é distante daqui. Depois é sei lá…


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Se você ama, diga que ama. Não tem essa de não precisar dizer porque o outro SUPOSTAMENTE já sabe. Atitude, minha querida. Atitude, meu querido! Demonstrar afeto não mata não, viu? Muito pelo contrário: proporciona um bem-estar sem igual para quem recebe. E vem cá, tem coisa melhor do que amar e extravasar isso? Porque eu costumo dizer que ser amado é muito bom, mas nada supera o infinito prazer de amar. É isso mesmo. AMAR! O amor parte de você. Ter amor de volta é maravilhoso, mas amar sim é realmente extraordinário. Pergunte isso as pessoas que não amam quem as ama; a quem se acomodou tanto ao ponto de dizer “…mas ele me ama tanto, Suely…” Sim, ô mulher, e você? Ama mesmo ele? -pergunto eu. E ouço um “É…” daqueles “meia-boca”.



O amor não pode esperar. Principalmente o amor próprio. E este não combina nada com se acomodar em relações mornas.

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